sexta-feira, dezembro 14, 2007

Estudiante! Un dia...de Bellas artes, ahora...

... trabajo social :)

'Estudiante'
Ilustração de Gustavo Aimar

Este blog é pessoal, nunca pretendeu valer que uma opinião dada aqui seria bem pensada, ou útil, ou mais válida que outra qualquer. Desde o seu primeiro dia que se desvinculou dessas preocupações. Por isso, mais uma vez me proponho falar de mim, (sei que não faz muito sentido, porque é um blog para mim mas convenhamos que quanto mais diálogo interior maior o crescimento pessoal!).

Ontem tive uma experiência muito positiva. Falando com um rapaz na biblioteca do Politécnico resgatei num minuto as experiências maravilhosas que tive no meu percurso em Belas Artes e por isso me apeteceu falar aqui…

Hoje são todas experiências maravilhosas mesmo as que me arrancaram do fundo do peito as mais amargas lágrimas. São hoje recordações óptimas, mesmo os murros no estômago que os professores amargos nos faziam questão de dar, todos as pegadas nas costas que nos ficavam das humilhações constantes em que nos faziam sentir tapetes rastejantes onde sacudiam as botas velhas, carregadas de intelectualidade obsoleta e sem qualquer cuidado humano.

São boas, porque me levaram ao que sou hoje, porque me trouxeram a Beja, porque depois de me atirar para o fundo me trouxeram ao optimismo e à esperança de que a arte não é assim. Trouxeram-me a este curso que adoro, cheia de muito mais vontade do que aquela com que fui… e se é verdade que linguisticamente não deveria tê-lo dito assim, ainda é mais verdade que o meu português é pouco para falar de sentimentos tão bons como este.

Falávamos ontem e eu pensava no percurso até aqui, e o que me motiva a estar hoje no curso em que estou, e na vontade que tenho de um dia passar na arte a alegria que dela retiro, passar a paz que ela me dá, passar a cura que ela me trouxe. Quero resgatar essa arte, a arte com capacidade transmutadora num olhar apenas, e possibilidades gigantescas num trabalho mais continuo, numa observação mais duradoura. Esse sentimento pela arte que perdi quando ela começou a ser uma obrigação de ser melhor, de ter uma carreira, de mostrar que podia fazer mais e melhor, de demonstrar que podia ganhar muito dinheiro e trabalhar com grandes escultores. Não quero mostrar nada, quero vive-la simples, como ela é.

Quem não lhe responde na língua em que nos fala raramente a entende e grita-lhe barbaridades… mas a arte é simples, se for vivida com a naturalidade de uma manhã em casa com torrada e chuva lá fora. Quero ser apenas, criar sempre que apeteça, quero que apeteça ainda mais para poder dar ao meu tempo cada vez mais desses momentos como os que tive ontem falando contigo… Obrigado, por relembrar-me que esta escolha cansada de fazer este curso me faz imensamente feliz!

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